Felipe Werneck
 A Universidade Federal  do Rio de Janeiro (UFRJ) terá um acréscimo de 
cerca de R$ 8 milhões por  ano em seu orçamento para investir 
exclusivamente em projetos de  infraestrutura sustentável no câmpus da 
Ilha do Fundão, zona norte. Os  recursos virão do Fundo Verde de 
Desenvolvimento e Energia para a Cidade  Universitária. Segundo decreto 
estadual publicado em 2012, a UFRJ  receberá de volta o valor do Imposto
 sobre Circulação de Mercadorias e  Serviços (ICMS) pago na conta de luz
 do câmpus.
Está prevista a  instalação de placas fotovoltaicas para produção e 
uso de energia  elétrica. A reitoria também pretende iluminar a cidade 
universitária  com lâmpadas de LED alimentadas por bateria solar.
Outro projeto em discussão é o uso de energia solar para geração de vapor, usado na lavanderia e em outros setores do Hospital Universitário.
Outro projeto em discussão é o uso de energia solar para geração de vapor, usado na lavanderia e em outros setores do Hospital Universitário.
Projetos  de sustentabilidade e eficiência energética na Ilha do 
Fundão serão  financiados com a verba da renúncia fiscal. O valor do 
imposto varia de  acordo com o consumo, mas a subsecretária de Economia 
Verde do Rio,  Suzana Kahn, estima que ficará entre R$ 8 milhões e R$ 10
 milhões por  ano. "Não existe fundo com esse propósito no País", diz 
Suzana.
Segundo  ela, a iniciativa pode funcionar como modelo para pequenas 
cidades  investirem em projetos sustentáveis. "O Fundo Verde tornará a 
UFRJ um  laboratório de práticas e tecnologias sustentáveis. Nosso 
câmpus é do  tamanho de uma pequena cidade e esse projeto pode servir 
como piloto",  completa.
O reitor da UFRJ, Carlos Levi, disse que há projetos de  curto, médio
 e longo prazo. Geração de energia e mobilidade urbana são  áreas 
consideradas prioritárias.
"Já posso vislumbrar usuários se  deslocando na cidade universitária
 em carros elétricos ou em nossos  ônibus à base de hidrogênio", disse 
Levi no lançamento do fundo.  Segundo ele, outra perspectiva é a 
implantação de linhas de trem de  levitação magnética na cidade 
universitária. O reitor pretende  demonstrar a viabilidade dessa 
alternativa, desenvolvida na  universidade, como opção de transporte 
urbano.
O FundoVerde temum  conselho gestor que ficará responsável por 
avaliar e administrar os  projetos. É formado por sete membros: dois da 
UFRJ, três do governo do  Estado, um da concessionária de energia Light
 e outro da comunidade  tecnológica.
"Acredito que uma das prioridades agora será a  geração de energia 
na área hospitalar, mas isso ainda não foi definido  pelo conselho", 
disse o vice-diretor da Coordenação dos Programas de Pós  Graduação e 
Pesquisa em Engenharia (Coppe) da UFRJ, Aquilino Martinez,  que também 
integraogrupo,junto com a consultora do Banco Interamericano  de 
Desenvolvimento Econômico (BID) para projetos de Energia  Sustentável, 
Renata Bezerra Cavalcanti.
"O objetivo é que os  projetos também possam ser aproveitados fora 
da universidade." Segundo  Suzana, uma das representantes do governo, a
 ideia é que o câmpus  tenha um sistema em rede - interligando geração, 
distribuição e uso  final - que torne possível o acionamento em função 
da demanda. "Não  basta ter um equipamento para gerar energia 
renovável."
 jornal O Estado de São Paulo   16 jan 2012  Caderno Especial Planeta


 
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