Empresa inova com versão sustentável de leitor eletrônico e quer faturar R$ 30 milhões em 2013
Foto: Márcio Fernandes/Estadão |
Nonus lançou modelo que gera uma economia de energia de 80% e espera faturar R$ 30 milhões em 2013
Empresa de Marcos Canola investe até R$ 1 milhão anualmente em pesquisa e desenvolvimento
Uma versão sustentável do leitor de cheques e código de barras é a
principal aposta da empresa Nonus para 2013. Ao contrário do modelo
anterior, o Handbank ECO não precisa ser ligado na tomada e funciona
apenas com a conexão USB do computador, o que gera uma economia de
energia de 80% em relação ao gasto do equipamento da geração passada. A
empresa, que faturou R$ 25 milhões em 2012, espera crescer 20% e bater
os R$ 30 milhões este ano.
A meta é colocar no mercado entre 30 mil e 40 mil unidades do
novo modelo. E as 6 mil primeiras peças fazem parte do contrato fechado
com o Banco do Brasil, no valor de R$ 3 milhões, conquistado por meio
de licitação. O Handbank ECO faz parte da terceira geração de leitores
da empresa e vai “aposentar” a segunda geração, já que o novo modelo não
custa mais caro: R$ 550.
A ideia da versão ecológica surgiu após a implantação da ISO
14001, a norma geral de práticas sustentáveis. Os sócios Marcos Canola e
José Domingos Voidella passaram, então, a pensar em como melhorar os
equipamentos. “Meu sócio teve a ideia de arrancar a fonte do produto,
que é um ponto de tomada e de problema a mais”, relata o diretor
comercial, Marcos Canola.
O desenvolvimento do novo modelo demorou cerca de um ano.
“Cogitamos usar bateria, mas o que faríamos com a peça depois? O
descarte seria mais uma preocupação. No fim, chegamos a um conjunto de
componentes que se tornou eficiente”, afirma Canola.
Para a pequena empresa permanecer no mercado e continuar
crescendo, a Nonus investe entre R$ 700 mil a R$ 1 milhão anualmente em
pesquisa e desenvolvimento, que envolve desde pesquisas internas e até
acordos com institutos. “O grande desafio do pequeno empresário é
empreender. Só que empreender requer riscos. E você colocar essas duas
coisas na mesma balança é complicado, porque dependendo do risco que
você assumir, você pode até acabar com o seu negócio”, pondera Canola.
Na avaliação da pesquisadora do Programa Inovação na Cadeia
de Valor, do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação
Getúlio Vargas, Ana Coelho, é por meio da inovação que será possível
endereçar soluções criativas para os desafios da sustentabilidade. “É
importante incorporar cada vez mais a sustentabilidade como estratégia
de mercado e fator de competitividade. Apenas atitudes isoladas de
reciclagem ou ecoeficiência não são suficientes. O caminho para atingir
os novos modelos de atuação empresarial, independentemente do porte da
empresa, é por meio da inovação”, destaca Ana.
Além disso, Ana pontua que as grandes empresas estão cada vez
mais exigentes em relação ao tema. E as pequenas empresas fornecedoras
que desenvolvem práticas, produtos e serviços com atributos de
sustentabilidade se tornam mais competitivas.
Clientela variada. A Nonus já comercializava
o equipamento para as instituições financeiras quando visualizou a
tendência da diminuição da ida às agências e realização das transações
bancárias em casa. Foi assim que surgiu o Homebank, um leitor de código
de barras que facilita o pagamento de contas pela internet, com preço
médio de R$ 100.
“O foco do Homebank era o usuário final, mas o produto gerou
interesse de pequenas e médias empresas. A partir de 2003, começamos a
atender todos os mercados, desde o usuário final até um banco”, diz
Canola.
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