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O PaperTab, da Plastic Logic, parece uma folha de papel, mas é um tablet |
Promessa de longa data dos fabricantes
de produtos eletrônicos, as telas flexíveis parecem ter, finalmente, se
tornado realidade. É o que mostram os vários anúncios de produtos feitos
na Consumer Electronics Show (CES), que vai até amanhã, em Las Vegas. A
maior parte dos produtos apresentados na exposição ainda está em fase
de protótipo, mas uma decisão da Samsung, também anunciada na feira,
mostrou que a tecnologia está pronta para o mercado. O grupo vai criar
uma marca específica para vender os painéis flexíveis, chamada Youm
Flexible.
Segundo Stephen Woo, presidente da
unidade de componentes da Samsung, esse passo permitirá que parceiros
criem diferentes tipos de aparelhos utilizando as telas da Samsung. A
fabricante mostrou dois protótipos com telas flexíveis. O primeiro foi
um smartphone com tela curva na lateral, que pode ser usada para acessar
rapidamente mensagens recebidas. Outro modelo foi um telefone com tela
totalmente flexível.
A japonesa Toshiba também mostrou
protótipos na CES, enquanto Samsung e LG mostraram TVs com telas curvas.
De acordo com a LG, esse tipo de aparelho permite maior ângulo de
visão, o que facilita assistir a conteúdos, inclusive em 3D e sem
óculos. A iniciante Plastic Logic apresentou o PaperTab, um tablet com
tela de 10,7 polegadas que parece uma folha de papel, mas tem grande
poder de processamento.
Telas flexíveis são uma promessa há
anos, mas nunca se tornaram comercialmente viáveis por conta do alto
custo e da baixa qualidade dos componentes. Na avaliação de Terence
Ronson, da consultoria Pertlink, de Hong Kong, a tecnologia agora ganhou
força por conta da estratégia de fabricantes como Samsung e LG de
apostar em painéis com tecnologia Oled para seus equipamentos. Por ser
mais flexível que os painéis LED usados atualmente, o Oled é a base para
a fabricação de telas flexíveis.
Ao lado de apostas ambiciosas, novidades
curiosas de companhias de pequeno porte animam a CES. É o caso dos
talheres da francesa HapiLabs, que prometem ajudar ajuda quem está de
dieta a comer na velocidade correta. Se o espaço entre as garfadas é
rápido ou lento demais, os talheres emitem um sinal vibratório. O
progresso pode ser acompanhado por meio de um software no PC.
A Parrot Systems mostrou um sistema para
ajudar quem gosta de jardinagem. O sistema é composto por quatro
sensores que são colocados próximos à planta e coletam dados como
umidade e qualidade do solo, que podem ser visualizados em um
smartphone. Além de avisar sobre as condições, o produto dá dicas do que
deve ser feito para manter as plantas saudáveis.
A expectativa é que cerca de 3,3 mil
empresas lancem 20 mil produtos na CES. Não há empresas brasileiras na
lista da Consumer Electronics Association (CEA), organizadora da feira. A
maior parte dos lançamentos virá de pequenas empresas como a Sendboo. A
companhia de origem venezuelana, com sede em Miami, anunciou um
aplicativo para a troca de mensagens de texto entre smartphones que
traduz o texto automaticamente em 30 idiomas. A expectativa é ter uma
versão para voz até o fim do ano. “Participar da CES é um investimento
alto para uma empresa iniciante, mas estar aqui é uma forma de expor o
produto de forma rápida”, disse Alfredo Reviati, presidente e sócio da
companhia.
Cerca de 150 mil pessoas são esperadas
na CES até amanhã, quando termina a feira. O número é semelhante ao
recorde atingido no ano passado. De acordo com a CEA, o mercado mundial
de eletrônicos vai crescer 4% em 2013, atingindo US$ 1,1 bilhão em
vendas. Números preliminares indicam uma retração de 1% em 2012,
provocada principalmente pelo crescimento mais lento de países
emergentes como o Brasil.
10 Jan 2013
De Las Vegas (EUA)
O repórter viajou a convite da LG
Jornal Valor Econômico.
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