O montante, também financiado por universidades paulistas, será pago em 11 anos
Davi Lira - Jornal O Estado de S. Paulo
06 de junho de 2013 | 21h 14
Mauricio Rummens/Divulgação |
O anúncio oficial dos novos centros foi feito pelo governador Geraldo Alckmin nesta quinta (6)de junho.
O governador Geraldo Alckmin anunciou oficialmente nesta quinta-feira
(6) os 17 novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os Centros, que
reúnem cerca de 500 cientistas do Estado e 68 de outros países, serão
custeados pela Fapesp e pelas universidades paulistas. O custo total dos
centros será de R$ 1,4 bilhão. O orçamento compreende os 11 anos de
duração do programa.
Do montante repassado aos projetos, R$ 760 milhões serão
pagos pela agência de fomento estadual. Os outros R$ 640 milhões serão
repassados pelas universidades para pagamento de pesquisadores e
técnicos. Além das três instituições estaduais - USP, Unicamp e Unesp -,
participam também do programa o Instituto Butantã e a Universidade
Federal de São Carlos.
"O grande diferencial desse tipo de fomento é que os grupos
de cientistas terão apoio a longo prazo para melhor trabalhar com seus
problemas de pesquisa. E todos esses centros têm um caráter fortemente
multidisciplinar", afirma Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor
científico da Fapesp.A aplicabilidade das pesquisas desenvolvidas pelos
centros nos setores comercial, industrial e social é outro aspecto
destacado por Brito.
Na cerimônia oficial de apresentação, Alckmin afirmou como
sendo "essencial" o papel da pesquisa como instrumento de
desenvolvimento do País. "Hoje é um dia muito importante, os 17 Cepids
estão sendo lançados. Nós temos um investimento proporcional ao PIB como
um dos mais elevados do mundo", disse o governador.
Dez dos 17 Cepids estão sediados em municípios paulistas do
interior: Araraquara, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto. Além das
atividades de pesquisas, os centros também são responsáveis por oferecer
atividades de extensão voltadas para o ensino fundamental e médio e
para o público em geral.
Pesquisa
O Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco,
vinculado à USP, foi um dos Cepids selecionados. Segundo Mayana Zatz,
coordenadora geral da unidade, com a seleção será possível aprofundar as
pesquisas do centro.
"É a segunda vez que somos selecionados. Na primeira, em 2000, as
pesquisas focaram no mapeamento de novos genes responsáveis por doenças
genéticas. Agora, pretendemos ampliar as pesquisas sobre genética e
instabilidade genômica associadas ao envelhecimento e a doenças
degenerativas", fala Mayana.
Desafios
Mesmo elogiando a iniciativa de criação de novos centros de
pesquisa, o economista Claudio de Moura Castro, ex-diretor da agência
federal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), alerta para alguns problemas ainda enfrentados pelos
pesquisadores.
"São muito bem-vindos os Cepids, mas ainda precisamos
desburocratizar mais a Ciência brasileira. A burocracia pública é muito
lenta. Os recursos para os pesquisadores geralmente atrasam. Trabalhar
com Ciência e Tecnologia requer um tratamento mais rápido", fala Castro.
Para Darcy de Almeida, presidente de honra da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (Sbpc) outro aspecto pode
dificultar o andamento das pesquisas. "É preciso melhor
instrumentalizarmos o processo de liberação de verbas. A tramitação dos
pedidos ainda é muito lenta, e ainda são sujeitos a cortes. Isso não
deve ocorrer", fala Almeida.
A pesquisadora da USP diz que ainda há uma outra questão que
dificulta o andamento das pesquisas. "Precisamos desburocratizar o
processo de importação de insumos para as pesquisas. Levamos meses para
consegui-los. Em outros países, o prazo é mais reduzido”, diz Mayana
Zatz, da USP.
Sobre o programa
De 2000 até 2013, a Fapesp já havia financiado um primeiro
conjunto de 11 Cepids. Oito deles foram novamente contemplados, mas com
novos direcionamentos dos projetos e das linhas de pesquisa. No segundo
edital, das 90 propostas apresentadas, 17 foram aprovadas:
Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Descoberta de Novas Drogas
Centro de Pesquisa em Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular
Centro de Terapia Celular
Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica
Centro de Estudos da Metrópole
Centro de Pesquisa em Alimentos
Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros
Centro de Pesquisa em Matemática Aplicada à Indústria
Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco
Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia
Centro para o Estudo da Violência
Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades
Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias
Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina
Centro de Pesquisa em Ciência e Engenharia Computacional
Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática
Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais
Confira o mapa da distribuição dos Cepids no Estado de São Paulo:
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