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Transformação. Aparelhos como o kindle ajudam a a mudar a forma como os Norte Americanos leem |
A obsessão dos Estados Unidos pelos tablets começa a
provocar um aumento da leitura de livros eletrônicos, mostra uma recente
pesquisa, uma tendência que deverá reduzir o apelo dos livros impressos
e abalar o negócio secular das editoras.
A parcela de americanos que leem livros digitais aumentou de 16%
para 23%, enquanto o número de adultos que leem livros impressos caiu de
72% para 67%, de acordo com os dados de um estudo divulgado na
quinta-feira pela Pew Internet & American Life Project.
A rápida e dramática mudança dos hábitos de leitura foi produzida
pelo aumento da popularidade dos tablets e dos aparelhos para leitura,
que foram adquiridos por um terço da população americana até este
momento.
Os tablets - uma categoria criada pela Apple há apenas dois anos -
ultrapassaram os leitores eletrônicos, como o Nook, da Barnes &
Noble, ou o Kindle, da Amazon, segundo a Pew. Um em cada quatro livros
eletrônicos está sendo lido num tablet, em comparação com um em cada
dez, no ano passado.
"Ainda não chegamos a este ponto, mas podemos imaginar que a
experiência com livros no futuro será drasticamente diferente do que é
hoje", disse Lee Rainie, diretor da Pew Internet & American Life
Project. "Será uma experiência multimídia, extremamente socializada e
talvez implique até uma ampla colaboração." Os tablets, como o iPad,
foram vendidos a um ritmo recorde tratando-se de um novo hardware, e o
apetite dos consumidores por estes gadgets não dá sinais de se reduzir.
Outras companhias, que tentam abocanhar a fatia de mercado da Apple,
trataram de lançar rapidamente ofertas mais baratas, como os tablets
Nexus, do Google, e o Kindle Fire, da Amazon.
As vendas tornaram a leitura digital uma tendência dos negócios
totalmente peculiar este ano, dizem os analistas. A IDC, empresa de
pesquisa na área de tecnologia, elevou suas previsões de vendas dos
tablets para 122,3 milhões para este ano, afirmando que a demanda de
aparelhos de computação móveis foi muito maior do que o previsto.
Editoras. A evolução para os livros eletrônicos começa a afetar a
economia das editoras de livros modernos. A Borders, gigante das
livrarias, faliu no ano passado por não conseguir manter o custo de suas
lojas físicas. Ao mesmo tempo, a Barnes & Noble luta para
permanecer concorrendo no mercado com o seu Nook.
Até o momento, as editoras se beneficiaram com as vendas de livros
eletrônicos. Elas conseguem margens de lucro maiores com os livros
digitais porque estes não precisam ser impressos nem distribuídos. Uma
vez baixados, muitos títulos podem ser compartilhados e guardados de
forma permanente.
Mas o fenômeno do livro eletrônico também concentrou o poder de
fixação dos preços nas mãos de um número menor ainda de varejistas.
Neste campo, as vendas são dominadas pela Amazon.
No início deste ano, algumas grandes editoras de livros e a Apple foram acusadas de conluio para elevar os preços dos títulos digitais.
No início deste ano, algumas grandes editoras de livros e a Apple foram acusadas de conluio para elevar os preços dos títulos digitais.
A maior parte dessas companhias optou por acordos extrajudiciais,
embora a Apple e a Macmillan tenham prometido contestar as acusações.
Os especialistas não acreditam que os livros digitais superarão as
páginas impressas. Os livros físicos se prestam mais para presentes, e
fotografias e imagens ficam melhor no papel do que na tinta digital, na
opinião de Jeremy Greenfield, diretor editorial da Digital Book World.
Mas os livros eletrônicos acabarão talvez se tornando a maneira mais
comum de ler livros, particularmente porque as escolas começaram a
adotar os tablets, dizem os especialistas.
Um grande número de escolas públicas e privadas adotou programas que
colocam tablets nas mãos de crianças em idade pré-escolar. As editoras
de livros de texto fizeram parcerias com a Apple e outras fabricantes de
aparelhos para colocar mapas, livros de história e revistas de palavras
cruzadas nos aplicativos. Cresce o número de bibliotecas que oferecem
títulos digitais que podem emprestados, segundo a Pew.
A leitura eletrônica está sendo adotada muito mais rapidamente por
adultos ricos, brancos e negros, do que por hispânicos, americanos mais
pobres e com um grau de escolaridade menor, disse a pesquisa, destacando
uma crescente discrepância em matéria de renda entre os leitores de
livros eletrônicos e os que dependem dos impressos.
E quanto leem os americanos? Segundo a Pew, pessoas a partir dos 16
anos leram em média seis livros - digitais ou de papel - no ano passado.
Para a sua pesquisa, a Pew entrevistou por telefone 2.252 pessoas com mais de 16 anos.
1.Os tablets, como o iPad, e e-readers, como o Kindle, já foram
adquiridos por cerca de um terço da população americana, o que deu
impulso aos livros digitais.
2. Os tablets ganham cada vez mais importância nesse cenário: um em
cada quatro livros eletrônicos já está sendo lido em um tablet. No ano
passado, essa proporção era de um para cada dez.
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