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Capa do Livro |
Sinhá Moreira nasceu em 1907 e
viveu em uma época na qual as mulheres não despontavam no cenário
nacional por suas idéias e inovações. De uma família de fazendeiros de
café, filha de um dos fundadores do Banco Nacional, Sinhá Moreira
casou-se com diplomata, viajou por diversos países, tendo, inclusive,
morado no Japão, mas preferiu entrar para a história como uma
visionária, ao apostar no desenvolvimento tecnológico de sua cidade, em
uma época em que o país ainda priorizava sua “vocação” agrícola.
No prefácio,
Ziraldo se refere a Sinhá Moreira como “uma iluminista de outros tempos,
com uma visão de mundo e uma generosidade inigualáveis”. O autor de O
menino maluquinho recorda-se da importância do empreendimento da célebre
mineira para a formação da juventude de Santa Rita do Sapucaí nos anos
50.
A escritora
Raquel de Queiroz, por sua vez, é a autora do texto de introdução
escrito para O Cruzeiro em 1959, no qual remonta o contexto histórico do
impulso desenvolvimentista dos anos JK e destaca o espírito
empreendedor de Luzia Rennó Moreira.
“Com inteligência
e determinação, Sinhá Moreira criou a primeira escola de eletrônica da
América do Sul em Santa Rita do Sapucai no sul de Minas Gerais, aconselhada por professores do ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica de São José dos Campos. Com sua visão universal, Sinhá empenhou-se em
desenvolver um trabalho no seu micro universo, numa cidade que mal
aparecia no mapa de seu país. No entanto, hoje, essa cidade é exemplo
reconhecido mundialmente graças a Sinhá Moreira”, registrou a imortal.
O livro detalha a
vida cotidiana da pequena cidade mineira e sua tradicional vocação
agrícola até a implementação do ambicioso projeto tecnológico de Sinhá
Moreira, que mudou o curso da história do vilarejo. Ambienta, do mesmo
modo, a origem próspera da aristocrata, que chegou inclusive a ter o
tio, Delfim Moreira, ocupando a Presidência da República e o cunhado deputado federal e ministro do STF - Bilac Pinto; narra a
ebulição cultural, provocada pelo Modernismo brasileiro, que influenciou
o pensamento vanguardista da então jovem aristocrata.
As viagens ao
redor do mundo rendem também boas histórias, que serviram para reforçar a
determinação de Sinhá Moreira, que, de volta ao Brasil, dedicou sua
vida à realização de seu sonho. Sinhá, que faleceu aos 56 anos, não
viveu para acompanhar o pleno desenvolvimento de sua obra e seus
decorrentes frutos. Mas sabia que sua semente seria de grande valia para
a posteridade.
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