sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Economia dos aplicativos ou APP

App Economy
Inside The App Economy: Mark Pincus, fundador da Zynga, empresa por trás do popular 
“FarmVille”


 A edição dessa semana 22 outubro 2009 da Business Week traz uma excelente matéria sobre o que chamam de “A economia dos aplicativos”, inexistente há apenas dois anos. De jogos tolos e pedaços minúsculos de código, na maior parte do tempo, sem utilidade, os aplicativos para celulares e redes sociais geram hoje fortunas para o seus empreendedores.

Com cerca de 100.000 softwares criados, grande parte na App Store da Apple, a economia dos aplicativos tornou-se um negócio altamente lucrativo para startups como Zynga, Playfish e Playdom. Além da atenção de investidores, as três companhias, juntas, geram um valor estimado em 300 milhões de dólares anuais com a venda de bugigangas digitais.
A receita é simples: conquiste muitos usuários com diversão gratuita, incentive a viralização natural, e venda itens digitais para permitir que os jogadores subam de nível. E acredite: qualquer jogador é obcecado por níveis.


FarmVille e Mafia Wars
 “FarmVille” (61 milhões de usuários) e “Mafia Wars” (25.8 milhões), os mais populares apps no Facebook.


O mais popular nessa linha de jogo social é o “FarmVille”, da Zynga, que já tem 20 aplicativos do mesmo tipo lançados. No último mês foram cerca de 60 milhões de jogadores em busca de ter a fazenda mais próspera do Facebook. A matéria da BW ainda brinca: “Existem 20 vezes mais pessoas nos campos virtuais de FarmVille do que nas fazendas reais dos Estados Unidos.”

Esses números dão a Zynga um status de jovem Google, tanto em crescimento como na atmosfera proporcionada aos funcionários: chefs contratados para servir duas refeições ao dia, assim ninguém precisa perder tempo saindo na rua em busca de almoço, por exemplo.

Cada produto da Zynga, que eles próprios preferem chamar de serviço, serve como laboratório de teste para novas ideias. Todo e qualquer clique dentro dos aplicativos são registrados, o que permite aos desenvolvedores perceberem o impacto de cada pequena mudança. Quando começaram a vender sementes de batata-doce digitais em “FarmVille”, por U$ 5 o “pacote”, ganharam 400 mil dólares em três dias.

Pet Society Restaurant City
“Pet Society” (20.5 milhões de usuários) e “Restaurant City” (17.3 milhões), desenvolvidos pela londrina Playfish.


Outra maneira de conseguir as moedas de troca virtuais, além de acabar com o limite do cartão de crédito, é participar de ações de empresas parceiras de “FarmVille”, como instalar a toolbar de determinado site ou se cadastrar em outro.


É também da Zynga outro popular aplicativo de Facebook, “Mafia Wars”. Certamente você já recebeu dezenas de convites de amigos para participar da disputa virtual de gangsters. Já “Café World”, lançado recentemente, arrebatou 16 milhões de usuários nas duas primeiras semanas de existência (atualmente está com 24 milhões).

App Store
App Store: Mais de 85 mil aplicativos para iPhone e iPod Touch



 A londrina Playfish é dona dos apps “Pet Society” (20.5 milhões de usuários) e “Restaurant City” (17.3 milhões). A estimativa da empresa, com rumores de que será comprada pela gigante Electronic Arts, é arrecadar 75 milhões de dólares ao ano.


A Playdom, de Mountain View, California, criou “Mobsters” (14 milhões de usuários), “Bumper Stickers” (11.7 milhões), “Own Your Friends” (10.1 milhões), entre outros. Esses três exemplos são para MySpace.


Fazer dinheiro com bens digitais não é nenhuma novidade, a internet e o universo dos games contam com dezenas de exemplos de conteúdo sendo vendido por um punhado de dólares. E não estou falando de jogos on demand, expansões para games high-end, canções para jogos musicais, etc, e sim de objetos com custo quase zero de produção. A grande diferença, agora, é que as possibilidades nunca foram tão amplas, sociais e lucrativas.

Brain Storm

Carlos Merigo@cmerigo  

26 outubro 2009 



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TV Estadão Mercado brasileiro de aplicativos 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

2015 Ano Internacional da Luz e da Fotônica


Ano Internacional da Luz em 2015 para celebrar 'Revolução Fotônica'




24 de outubro de 2012

O arco-íris ocupa um lugar central nas culturas de todo o mundo, mas sua beleza é ainda maior quando a ciência subjacente explica sua origem é apreciado - o que torna a escolha natural como um símbolo para o Ano Internacional da Luz,  observe o prosprecto da iniciativa



Bellingham, Washington, EUA - Uma proposta para estabelecer 2015 como o Ano Internacional da Luz ( IYOL - Internacional Years Of Light ) e aumentar a conscientização sobre o papel vital  das tecnologias baseadas na luz a desempenhar a condução da indústria e melhorar a vida tem recebido o apoio entusiástico do Conselho Executivo da UNESCO.

A proposta foi apresentada ao conselho da UNESCO na semana passada pelo  Companheiro Paul Buah-Bassuah da SPIE (Centro de Laser e Fibra Óptica da Universidade de Cape Coast) de Gana e representantes do México, da Federação Russa, e Nova Zelândia em nome de uma parceria global de mais de 40 sociedades científicas, academias e outras instituições, em colaboração com a UNESCO Internacional de Ciências Básicas do Programa (IBSP). SPIE, a "Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica", é um membro da parceria.

A iniciativa IYOL - Ano Internacional da Luz está em desenvolvimento desde 2009, sob a liderança das Sociedades Europeias e de Física Africano . Com o apoio da UNESCO, os organizadores irá delinear actividades para 2015, juntamente com um pedido formal à Assembléia Geral das Nações Unidas.

"A ciência e a tecnologia de luz revolucionaram a medicina, abriram comunicação internacional através da Internet, e são fundamentais para que liguem os aspectos culturais, econômicos e políticos da sociedade global", disse Buah-Bassuah ao conselho. "Os avanços da ciência e da tecnologia de luz são cruciais para o desenvolvimento sustentável, preservação do património cultural, e as mudanças climáticas."

John Dudley presidente eleito da Sociedade Européia de Fisica (Université de Franche-Comté) elogiou o nível de envolvimento da SPIE e apoio no avanço da iniciativa, e disse que as atividades foram essenciais para o sucesso da iniciativa com a UNESCO.

"Com esta ação, junto a UNESCO na defesa da profunda importância da luz em cada faceta da vida", disse Eugene Arthurs - Diretor Executivo da SPIE - Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica. A SPIE está trabalhando continuamente para aumentar a consciência da tecnologia fotônica, que cria muitos empregos de alto valor, suas inúmeras aplicações que já revolucionaram nosso mundo, e as futuras aplicações que vão resolver os problemas prementes em comunicações, saúde, alimentação e gestão da fonte de água, e outras áreas vitais. "

Arthurs cita como exemplos a iluminação mais barata movido a energia solar de estado sólido que veio substituir o querosene tóxico para uso interno em algumas regiões em desenvolvimento, sensoriamento remoto a partir do espaço que acompanha a saúde de culturas, grandes tempestades, e as fontes de água subterrânea, e os exames não invasivo na triagem de crianças lactentes com risco de vida ou problemas respiratórios e digestivos.


 Arthurs faz parte do conselho consultivo internacional para a Comissão de Coordenação do IYOL - Ano Internacional da Luz junto com o Presidente Eustace Dereniak (Universidade do Arizona) da SPIE , Ex-Presidente Imediato SPIE Katarina Svanberg (Lund University Hospital), e o membro da SPIE Maria Calvo (Universidad Complutense de Madrid). Angela Guzman (Florida Atlantic University) membro da SPIE e companheiro da  SPIE, Chris Dainty (Universidade Nacional da Irlanda) servem no comitê de direção.

SPIE é a sociedade internacional para óptica e fotônica, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1955 para promover tecnologias baseadas na luz. A Sociedade atende a cerca de 225 mil eleitores de cerca de 150 países, oferecendo conferências, educação continuada, livros, revistas e uma biblioteca digital de apoio à troca de informação interdisciplinar, crescimento profissional, e precedentes patente. SPIE forneceu mais de $ 2,7 milhões em apoio a programas de educação e divulgação em 2011.

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Contato de Mídia:
Amy Nelson
Gerente de Relações Públicas, da SPIE
  +1 360 685 5478
amy@spie.org
@ SPIEtweets




Faça Download do folheto em Inglẽs da proposta de 2015 Ano Internacional da Luz no link abaixo:




International Year of Light in 2015 to celebrate photonics-driven ‘revolution’




24 October 2012


The rainbow occupies a central place in cultures throughout the world, yet its beauty is even greater when the underlying science explaining its origin is appreciated -- making it a natural choice as a symbol for the International Year of Light, notes the initiative's prospectus (source of the photo above).



BELLINGHAM, Washington, USA -- A proposal to establish 2015 as the International Year of Light and raise awareness of the vital role light-based technologies play in driving industry and enhancing life has received enthusiastic support from the UNESCO Executive Board.

The proposal was introduced to the UNESCO board last week by SPIE Fellow Paul Buah-Bassuah (Laser and Fibre Optics Centre, University of Cape Coast) of Ghana and representatives from Mexico, the Russian Federation, and New Zealand on behalf of a global partnership of more than 40 scientific societies, academies, and other institutions, in collaboration with the UNESCO International Basic Sciences Programme (IBSP). SPIE, the international society for optics and photonics, is a member of the partnership.

The IYOL initiative has been in development since 2009 under the leadership of the European and African Physical Societies. With the UNESCO endorsement, organizers will outline activities for 2015 along with a formal request to the United Nations General Assembly.

"The science and technology of light have revolutionized medicine, have opened up international communication via the Internet, and are central to linking cultural, economic and political aspects of global society," Buah-Bassuah told the board. "Advances in light science and technology are crucial for sustainable development, preserving cultural heritage, and addressing climate change. "

European Physical Society President-Elect John Dudley (Université de Franche-Comté) praised SPIE's level of involvement and support in advancing the initiative, and said its activities were essential to the initiative's success with UNESCO.

"Through this action, UNESCO has joined in advocacy of the profound importance of light in every facet of life," said SPIE Executive Director Eugene Arthurs. "SPIE is continually working to raise awareness of photonics technology, the many high-value jobs it creates, its numerous applications that already have revolutionized our world, and future applications that will solve pressing problems in communications, healthcare, food and water source management, and other vital areas."

Arthurs cited as examples the inexpensive solar-powered solid-state lighting that has replaced toxic kerosene for indoor use in some developing regions, remote sensing from space that tracks crop health, major storms, and underground water sources, and non-invasive screening of infants for life-threatening breathing or digestive conditions.

Arthurs serves on the international advisory board for the IYOL Steering Committee along with SPIE President Eustace Dereniak (University of Arizona), SPIE Immediate Past President Katarina Svanberg (Lund University Hospital), and SPIE Fellow Maria Calvo (Universidad Complutense de Madrid). SPIE Member Angela Guzman (Florida Atlantic University) and SPIE Fellow Chris Dainty (National University of Ireland) serve on the steering committee.

SPIE is the international society for optics and photonics, a not-for-profit organization founded in 1955 to advance light-based technologies. The Society serves nearly 225,000 constituents from approximately 150 countries, offering conferences, continuing education, books, journals, and a digital library in support of interdisciplinary information exchange, professional growth, and patent precedent. SPIE provided over $2.7 million in support of education and outreach programs in 2011.

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Media contact:
Amy Nelson
Public Relations Manager, SPIE
 +1 360 685 5478
amy@spie.org
@SPIEtweets


domingo, 21 de outubro de 2012

Educação - Para formandos, faculdade é falha no preparo técnico

Empresas reclamam que o egresso do ensino superior não tem capacitação técnica nem comportamento adequado ao mercado





 Ocimara Balmant, de O Estado de S.Paulo

Apesar de o mercado alardear o "apagão de mão de obra", a cada ano mais gente recebe diploma de graduação e espalha currículo feito spam. Para entender essa incoerência à brasileira, uma pesquisa ouviu empregadores, egressos dos cursos superiores e instituições de ensino. A resposta é simples: como praticamente inexiste diálogo entre as empresas e a academia, a maioria dos formados não está apta a atender às expectativas de um contratante cada vez mais competitivo e exigente.

Um cenário que se mede pela própria percepção do egresso: apesar de a maior parte deles acreditar que finalizar um curso superior abre oportunidades de trabalho, 30% dizem que lhes falta conhecimento técnico.

"Isso nos sinaliza que ou as instituições não estão ensinando corretamente, ou dão ênfase ao que não é necessário", diz Thiago Rodrigues Pêgas, diretor do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), que encomendou a pesquisa em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O levantamento, que funciona como um projeto-piloto, foi realizado na região de Campinas, área com predomínio de empresas mecânicas, de eletrônica, tecnologia, química e alimentícia. A ideia, agora, é aplicar o questionário em todo o Estado de São Paulo. "Mas essa amostra já indica que, se o País quiser mesmo figurar entre os maiores, precisamos aumentar esse diálogo. A indústria já percebe que somos parte da cadeia produtiva. Agora precisamos nos organizar para mudar a imagem que o setor produtivo tem da academia, de que é lenta e pouco afeita a mudanças", sintetiza Pegas.

Paliativo. Enquanto persiste a falta de sintonia, as grandes empresas utilizam-se de seus programas de trainee - tão disputados que chegam a ter mais de 500 candidatos por vaga - para pinçar seus profissionais. No Itaú, por exemplo, foram mais de 25 mil inscritos para as 87 vagas do processo de 2012.

"Como não existe uma faculdade para banco, o que a gente aproveita é o background matemático e a forma com que esse profissional raciocina. O restante, complementamos no programa", diz Marcele Correia, supervisora da área de pessoas. Na última turma, por exemplo, 36% são engenheiros. "Pode-se pensar, mas por qual razão engenheiros em banco? Vou aproveitar o raciocínio lógico, a forma de ele pensar os processos."

A lista de aprovados revela um outra faceta da seleção que também aparece na pesquisa: os programas de trainee recrutam majoritariamente os oriundos de universidades públicas e das instituições privadas mais conceituadas. Uma escolha que acontece até mesmo quando a análise do currículo não é a primeira fase do processo de seleção, como é o caso do próprio Itaú. Por lá, o local de formação só vem à tona na quarta etapa e, mesmo assim, é raro chegar até ali um candidato que não seja egresso dessas instituições.

"Existe um rankeamento baseado no mérito que economiza tempo do empregador. No mundo todo é assim. É uma forma de avaliar o talento, não é uma exclusão", avalia VanDick Silveira, presidente do Ibmec.

O mineiro Augusto Vilela, por exemplo, se formou em Administração na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diz que sua experiência de vida foi fundamental para ser trainee do Itaú. "Meus professores eram ótimos, mas muitos nunca tinham atuado no mercado. Ao perceber isso, fui buscar outras oportunidades. Trabalhei na empresa júnior da universidade e fiz dois programas de estágio."

Ele acredita que essa vivência fez com que se destacasse nas dinâmicas de grupo, quando demonstrou capacidade de resolver problemas, espírito de liderança e habilidade na gestão de pessoas. "Se tivesse ficado só na sala de aula, não teria desenvolvido essas competências."

Além do despreparo técnico, Karina Ude, gestora de recursos humanos da Bosch, diz que falta aos recém-formados um entendimento do mundo corporativo. "É um choque cultural. Esse profissional chega sem as competências comportamentais desenvolvidas. Não sabe como se portar em uma reunião."

Por isso, o programa de treinamento da multinacional alemã dura dois anos e, além da capacitação técnica, tem módulos focados em autoconhecimento e no alinhamento da cultura pessoal com a organizacional, com mentoria de executivos.

Solução. Para Francisco Almeida, um dos coordenadores da HSM, a distância entre mercado e academia é reflexo da tradição brasileira, que valoriza o professor pelo número de pesquisas e publicações e não se importa se muitos deles não têm experiência de mercado. "É só ver que, no lattes, um artigo publicado ocupa o mesmo espaço de uma experiência profissional."

Uma tradição que deve ser quebrada no curso de Administração da instituição, com previsão de lançamento em 2013 no Rio de Janeiro. Para a concepção do projeto, a instituição fez encontros com diretores de RH e estruturou um curso para atender às exigências técnicas e comportamentais do mercado.

Nos trabalhos em grupo, por exemplo, a avaliação do professor deve contemplar, além do conteúdo, a maneira como o aluno se expressa e o relacionamento com a equipe.

Outra estratégia simples, diz Pêgas, do Semesp, é repensar o comportamento paternal da universidades. "Se o aluno não entrega um trabalho no dia apropriado, o professor aceita no seguinte, porque um dia não interfere na qualidade do material. No ambiente corporativo não é assim. Não há essa tolerância." 

Sem isso, adverte, uma lógica perversa continuará a valer: a de que as empresas contratam por requisito técnico e demitem por mal comportamento.

Jornal O Estado de São Paulo

21 de outubro de 2012 | 23h 00
Olhe Tambem

Educação - Empresas criam as próprias universidades

Companhias investem em cursos de formação para atender à demanda do mercado por mão de obra cada vez mais qualificada 

 





Danielle Nogueira - O Globo
 
Com a crescente competitividade do mundo corporativo, muitas empresas não podem se dar ao luxo de esperar que o sistema educacional ofereça os melhores profissionais recém-saídos dos bancos escolares. Para suprir a demanda do mercado de trabalho e reter talentos, grandes corporações vêm investindo em estruturas de treinamento e formação de pessoal, as chamadas universidades corporativas.

Algumas dessas academias são voltadas exclusivamente para os funcionários; outras, abertas ao público. Mas o fato é que elas ocupam cada vez mais espaço nas empresas brasileiras e atravessam fronteiras, chegando a filiais no exterior.

Na Valer - braço da Vale para educação -, o leque de cursos é amplo. São 6.700 opções, divididas em dois grupos: o de educação continuada, voltado para os empregados; e os programas de fomento, direcionados ao público em geral. Nesta última modalidade estão o Programa Formação Profissional e o Programa de Especialização, destinados a aspirantes ao primeiro emprego na mineradora. Em média, o índice de aproveitamento é de 70%.

Só em 2011, a empresa treinou 57 mil pessoas no País, considerando todas as modalidades de treinamento, e investiu um total de R$ 68 milhões em educação. "A Valer nasceu da necessidade de mão de obra especializada, tanto em nível técnico, como motoristas para caminhões fora de estrada (usados nas minas), e em nível superior, caso das engenharias de minas e ferroviária. Estes são exemplos de cursos que tivemos de criar, pois simplesmente não existem no mercado", diz Desiê Ribeiro, gerente-geral de Educação e Desenvolvimento de Pessoas da Vale.

Tal carência de capacitação fez a Valer abrir as portas para quem não é funcionário. Nesse caso, as aulas são em período integral e os estudantes têm bolsa mensal de R$ 600 a R$ 4.300, dependendo no nível de formação. Esse modelo também é aplicado no exterior. Criada em 2003, a Valer tem 34 unidades no País, em Canadá, Suíça, Moçambique, Omã, Malásia e China.

Conhecimento. Votorantim e Petrobrás seguem um modelo distinto. Na primeira, o foco é a preparação de líderes, até mesmo fora do Brasil. Além das três bases em São Paulo, Peru, Colômbia, Argentina e Canadá contam com filiais da Academia de Excelência Votorantim. Elas são voltadas aos funcionários e à capacitação de fornecedores. Os cursos criam uma identidade global para a companhia e visam a alinhar processos e práticas corporativas, facilitando o diálogo e dando coesão às equipes. Desde seu lançamento, em 2006, a universidade da Votorantim já teve quase 25 mil participações. Em 2011, ela recebeu investimentos de R$ 5,7 milhões.

Na Universidade Petrobrás, as aulas são exclusivamente para funcionários, e todos os empregados concursados passam pelo menos uma vez pela instituição, para um curso de ambientação, que dura de 3 a 13 meses, dependendo da função que desempenharão na companhia.

Fora esse contato inicial com a universidade, parte deles é orientada a voltar para a sala de aula para aprimorar os conhecimentos. Os mais de mil cursos abrangem assuntos que vão desde tecnologias de exploração em alto-mar a estratégias de gestão de negócios. Eles são ministrados em duas unidades: em Salvador e no Rio, onde a universidade ocupa um prédio de oito andares, no centro.

Em um deles, a Estação SMS, os empregados aprendem normas de segurança e meio ambiente usando simuladores de terceira dimensão. "Temos pessoas com diferentes formações que desempenham a mesma função. Um dos objetivos da universidade é trazê-las para o mesmo nível", diz Juliano Loureiro, gerente de suporte à gestão da Universidade Petrobrás. "Além disso, ao criarmos uma estrutura própria, mantemos a cultura organizacional da empresa e preservamos o conhecimento."

Formação direcionada. Com dois mil docentes, entre professores fixos e funcionários designados como instrutores, a Universidade Petrobrás ganhou destaque na companhia no início dos anos 2000, quando a empresa voltou a admitir pessoal após longos anos sem concursos.

Este ano, seu orçamento é de cerca de R$ 200 milhões, acima dos R$ 185 milhões de 2011, quando a empresa registrou 82 mil participações - algumas pessoas participam em mais de um curso - em seus treinamentos.

Para o gestor de Parcerias e Soluções Corporativas do Ibmec, Antonio Carlos Kronemberger, as universidades corporativas vêm se fortalecendo porque as empresas perceberam que elas proporcionam uma melhor gestão do conhecimento e a preservação desse conhecimento nas corporações.

"As empresas pagavam MBAs e cursos de especialização para seus funcionários e, assim, retinham esses empregados enquanto eles faziam os cursos. Mas, ao mesmo tempo, estavam preparando os funcionários para o mercado. Era mais um plano de carreira pessoal do que um benefício para a organização. Nas universidades corporativas, o conhecimento é direcionado aos objetivos estratégicos das empresas", diz Kronemberger. 

A universidade corporativa da Ambev completa 17 anos em 2012, herança da Brahma. Os programas de treinamento são divididos em três eixos, entre eles liderança e cultura, que visa a ressaltar o comprometimento com a missão e a cultura da companhia, uma espécie de propagação do "jeito de ser Ambev".

Segundo a empresa, 95% das pessoas que ocupam cargos de gerência passaram pelos cursos. Em 2011, foram treinados mais de 42 mil funcionários e investidos R$ 27 milhões no programa. "Embora tenhamos cursos de nível técnico, damos especial atenção ao fomento da cultura da empresa", diz Fabiana Overrath, especialista em treinamento da Universidade Ambev.

Jornal O Estado de São Paulo

21 de outubro de 2012 | 23h 00 




 

Educação - Economia global demanda ensino personalizado



Para o especialista inglês David Albury, o aprendizado para atender às exigências atuais deve ser baseado em projetos práticos


Sergio Pompeu, de O Estado de S.Paulo
 

 

O século 20 acabou há quase 13 anos e em boa parte do mundo ainda se discute quais são as competências necessárias para o mercado de trabalho do século 21. Na verdade, no entender de muitos especialistas, a transição a ser feita é a do século 19 para o 21, porque o modelo atual ainda está mais ligado à formação padronizada de trabalhadores para fábricas, típica da Revolução Industrial, do que às exigências flexíveis da economia criativa.
Apesar das incertezas, o inglês David Albury acredita que o novo modelo passa por duas vertentes: ensino personalizado e aprendizado baseado em projetos práticos. Um dos criadores do Programa Global de Líderes da Educação (Gelp, na sigla em inglês), Albury conversou com jornalistas em São Paulo, em encontro organizado pelo Portal Porvir, dedicado à inovação em educação. Consultor de redes de ensino em 13 países - no Brasil, ele tem interlocutores nas Secretarias de Educação de São Paulo, Rio, Goiás e Pernambuco -, Albury falou das novas exigências do mercado de trabalho, de como atendê-las e de experiências bem-sucedidas.

Desafios. "Os desafios que sistemas de educação do mundo todo enfrentam hoje incluem as novas exigências do mercado de trabalho e da globalização. Os melhores empregos exigem capacidade de resolução de problemas práticos, facilidade para se comunicar e trabalhar em grupo, empreendedorismo e criatividade. Se eu pudesse deixar o currículo tradicional de lado e escolher duas habilidades que gostaria de ver nos estudantes, acho que seriam o apetite pelo conhecimento e a capacidade de ir atrás dele. Com elas, qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa."
Busca. "Ninguém sabe exatamente como é o sistema ideal. Há três anos e meio, começamos a identificar características de um sistema capaz de equipar cada trabalhador com as habilidades cognitivas e comportamentais necessárias para ser bem-sucedido. Uma delas é a de que o aprendizado precisa ser personalizado. Sabemos pelas ciências cognitivas que as pessoas aprendem em ritmos diferentes. Mesmo assim, organizamos classes com base na idade, na premissa de que todos avançam num só ritmo. O aprendizado não será totalmente customizado, mas tem de atender a necessidades individuais em situações colaborativas, de resolução de problemas."
‘Desconectado’. "No celular posso acessar hoje mais conhecimento do que o melhor professor faria 20 ou 30 anos atrás - informação de múltiplas fontes, nem sempre confiáveis. Assim, é muito importante a capacidade de sintetizar, de avaliar se algo é confiável, de combinar dados. Lembro-me de conversar com garotos de 13, 14 anos em Vancouver sobre a experiência na escola. Um deles disse: ‘Quando vou à escola sinto como se estivesse sendo desconectado. Fora dela, tenho acesso a todo tipo de informação e meios de me comunicar com pessoas. Na escola, tem um professor, um livro e talvez um computador, geralmente pouco usado’. Outro disse: ‘A escola é o lugar que tranca o século 21 do lado de fora’. O futuro será do aprendizado a qualquer hora e lugar, não só na escola. Por isso, o professor não pode mais ser o portador do conhecimento, mas um facilitador do aprendizado. E o currículo precisa ser criado com base nos problemas do mundo real. Como dizer a um menino ou menina de uma área pobre de São Paulo: ‘Aprenda matemática por dez anos e aí você vai ver o quanto ela é útil e isso vai te ajudar a conseguir emprego’?"
San Diego. "Há vários bons exemplos de escolas inovadoras no mundo. Um de ensino baseado em projeto é o da High Tech High, em San Diego. Lá os alunos decidem o projeto em que vão trabalhar, não o professor. Cabe ao professor, além de ajudar a desenvolver o projeto, dar duas disciplinas por semestre. Um grupo pode decidir que vai construir um carro movido a energia solar capaz de navegar de um modo muito complexo. Esse é um projeto real, criado por alunos de 12 anos. As matérias do semestre eram matemática e estudos sociais. A tarefa do professor foi combinar o projeto com as habilidades e competências que os alunos precisavam desenvolver nas duas disciplinas. O currículo usa como ponto de partida o projeto. É um exemplo extremo, não acho que todo mundo deve seguir. Mas os alunos são selecionados por universidades como Harvard, Stanford, Yale e MIT, porque ficaram oito anos pesquisando, na perspectiva de resolução de problemas, juntando dados e fazendo gestão de projetos."
Nova York. "A iSchool é um exemplo de escola de transição, que usa o ensino misto (presencial e online) para dar mais liberdade ao professor. Ela parte do seguinte princípio: há uma série de conteúdos que testes nacionais ou estaduais exigem. Mas parte disso é monótona, então ela recorre ao online para acelerar a passagem pelo que é chato e concentra tempo no ensino baseado em projetos e personalizado. A diretora, Lisa Berger, diz que sua prioridade é ensinar aos estudantes coisas que eles ainda acharão úteis em 20 anos."
Hyderabad. "Nas últimas décadas, nós nos concentramos em aperfeiçoar escolas e professores, mas o engajamento da família é um fator tão importante quanto esses outros no processo de aprendizado. Em Hyderabad (capital do Estado indiano de Andhra Pradesh), um grupo de educadores começou a se debruçar sobre a questão de como engajar famílias em um lugar com alta incidência de trabalho infantil e onde pouco valor é atribuído ao ensino. Você pode ir a favelas lá onde 90, 100 crianças ficam sentadas no chão da sala. O meio que eles encontraram para mudar esse cenário foi juntar pais e professores na administração das escolas. Conseguiram resultados razoáveis em termos de engajamento e de criar uma cultura de valorização da educação."


Buraco no Muro. "Na Índia, há favelas e áreas rurais sem escolas. Como educar as crianças? Sugata Mitra (dono de uma fabricante de softwares) criou o projeto Buraco no Muro. Fez um computador robusto e o cimentou no muro da sua empresa para quem passasse usar. Meninos de uma favela próxima se interessaram, começaram a usar o computador. Alguns pegaram muito rápido e ensinaram aos outros como usar aquilo, desenvolvendo um conjunto de habilidades que tem aplicações na bioquímica, matemática e música. Mesmo nos lugares mais pobres que conheci, você consegue fazer estudantes aprenderem um com o outro."


Coreia do Sul. "Hoje, nenhum sistema público incentiva as habilidades exigidas para o crescimento econômico. A Coreia do Sul, que em dez anos saiu de posições intermediárias no Pisa (teste para alunos de 15 anos que avalia a capacidade de leitura e os conhecimentos em matemática e ciências) para o grupo de elite, está no Gelp. Os coreanos dizem: ‘Ficamos bons em ensinar como passar em testes, memorizando regras. Mas, quando confrontados com um novo problema ou com o desafio de montar um negócio, as pessoas não sabem o que fazer’. A maioria de nós não gostaria de copiar o modelo coreano. Muitas crianças ficam 10 horas na escola e ainda estudam 5, 6 horas em casa."


Finlândia. "Líder do Pisa, a Finlândia produziu um dos melhores sistemas de ensino público do século 20. Mas os próprios finlandeses, quando olharam as habilidades que serão necessárias em 10, 15 ou 50 anos, acharam que seu sistema talvez não seja completamente adequado: ‘É ótimo ficar em 1.º lugar no Pisa, mas este é o jogo errado, o que o Pisa está medindo não é o que as crianças precisam no século 21’. Um dos grandes segredos da Finlândia é o fato de que seus professores gostam de aprender. Se você fizer um seminário sobre ciências cognitivas, vão aparecer centenas de professores."


China. "Há dois anos, o presidente chinês, Hu Jintao, disse num discurso que muitos achavam que a China será um poder global produzindo bens e serviços a custo mais baixo que outros países. ‘Mas a China será um poder global liderando em inovação e criatividade.’ E ele disse que o motor dessa mudança tem de ser o sistema educacional. Funcionários do distrito de Chaoyang, em Pequim, nos procuraram. É um distrito, mas tem 4,5 milhões de pessoas, quase uma Finlândia. A China forma 250 mil graduados em moda por ano. Essas pessoas não vão ficar sentadas em máquinas de costura, fazendo roupas baratas."


Brasil. "Até por ser relativamente novo, o sistema tem algumas características, como a grande variação na qualidade do professorado. Outro motivo disso é o fato de que vocês formam milhares de professores todo ano, o que para mim é uma vantagem. Porque há uma coisa muito mais difícil que aprender, que é desaprender - desaprender a ser o portador do conhecimento, algo que muitos fazem há 20 anos. Isso é talvez mais difícil do que lidar com um novo professor, ainda que precisemos formá-lo. Reconheço os problemas do Brasil, mas vejo oportunidades. Também é importante dizer que nenhum modelo nasce perfeito. Alguns de nossos parceiros criaram laboratórios e incubadoras para testar coisas. Eu recomendaria ao Ministério da Educação trabalhar com um pequeno grupo de escolas, dando a elas apoio. Mesmo com vontade política, alinhando autoridades, construindo uma coalizão social, a transição vai levar pelo menos uma década. E não adianta o MEC achar que tem a resposta para tudo, com um grande modelo para todo o País. Haverá vários modelos. Mas acho que o Brasil vai inovar e achar o próprio caminho."


21 de outubro de 2012 | 23h 00


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domingo, 7 de outubro de 2012

CI Fotônico da VLC photonics


Circuitos Integrados Fotônicos - ópticos eletrônico  chegam ao mercado

Fotônica sob encomenda

Circuitos integrados ópticos chegam ao mercado
Os circuitos integrados fotônicos estrearão em aplicações específicas, sobretudo em telecomunicações. [Imagem: VLC Photonics]




A integração de componentes ópticos e eletrônicos tem feito reiteradas promessas de computadores mais rápidos e que aquecem menos.

Recentemente, pesquisadores alemães anunciaram finalmente que a interligação de chips por luz está pronta para a indústria.

Mas as novidades mais práticas não vieram dos grandes fabricantes, e sim de uma empresa emergente criada por pesquisadores da Universidade de Valência, na Espanha.

Pascual Muñoz e seus colegas não apenas fundaram a VLC Photonics, como já estão oferecendo serviços de projeto de chips integrando componentes eletrônicos e componentes ópticos, como lasers e fotodetectores.
"Tradicionalmente, fornecedores de componentes ópticos têm desenvolvido internamente os processos para otimizar a fabricação de dispositivos específicos, como lasers ou moduladores. O paradigma emergente das fabless opera com escritórios de projeto independentes que podem fornecer blocos genéricos para construir chips complexos por usuários externos," explica Muñoz.

Conceito fabless

O termo fabless - sem fábrica - é bem conhecido no setor da eletrônica, e refere-se a empresas que detêm o conhecimento, mas não as fábricas. Os chips projetados por essas empresas são então encomendados a grandes fábricas que prestam esses serviços.

"Nós agora podemos incorporar avançados sistemas ópticos, incluindo dezenas a centenas de dispositivos em um único chip, usando silício ou materiais mais exóticos, como fosfeto de índio," diz o pesquisador.

Segundo ele, já existem fábricas na Europa, nos EUA e em Cingapura com os equipamentos necessários para produzir os chips fotônicos que ele e seus colegas podem projetar.

Esse modelo de operação representa uma evolução natural da abordagem tradicional baseada em pesquisas, onde cada universidade ou centro de pesquisas empresarial precisa desenvolver seu próprio processo de fabricação proprietário.
Circuitos integrados ópticos chegam ao mercado
Os pesquisadores estão tirando proveito do paradigma de escritórios de projetos fabless. [Imagem: VLC Photonics]



Velocidade de comercialização

Um dos ganhos mais significativos dos escritórios de projetos e das fábricas mais flexíveis é a velocidade com que os resultados podem passar dos laboratórios para as fábricas, com as tecnologias desenvolvidas em cada centro de pesquisa podendo migrar mais rapidamente da academia para o mercado.

Segundo Muñoz, a integração optoeletrônica agora disponibilizada possibilitará levar ao mercado uma infinidade de circuitos integrados fotônicos, para as mais variadas aplicações, incluindo telecomunicações, sensores, biomedicina e também processamento de dados.


Redação do Site

 Inovação Tecnológica - 06/10/2012



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